terça-feira, 28 de abril de 2009


Cheguei! E em cansados versos
Eis-me aqui,
Diante do todo que passou
Diante do mundo que ficou,
bem atrás de mim.
Cheguei! E levanto agora
os versos de minha solidão
A emoção que foi
a um tempo sua,
Passou.
Passou como um encanto de pássaros
Como um abismo de laços
Como a tristeza esparsa e vã
Acabou!
Acabou o momento incerto
Foi apenas mais um verso
Que chegou,passou e acabou
Sem nexo.

Tempos que minhas mãos
não te escrevem versos
Quão meus sonhos
encontram os teus
Esses meus versos
hoje já esquecidos
Estão há um tempo feridos
sangrando em meu coração
Abertos em meio ao vento
que distantes trouxeram alentos
Dos versos de amor
que outrora foram escritos por calor
Hoje derretem como cera
nas mãos cruéis e faceiras
Da minha mais grande dor.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Retrato em Branco e Preto


Já conheço os passos dessa estrada Sei que não vai dar em nada Os seus segredos sei de cor Já conheço as pedras do caminho E sei também que ali sozinho Eu vou ficar tanto pior E o que é que eu faço contra o encanto Desse amor que eu nego tanto Evito tanto E que no entanto volta sempre a enfeitiçar Com seus mesmos tristes velhos fatos Que num álbum de retrato Eu teimo em coleccionar Lá vou eu de novo como um tolo Procurar o desconsolo Que cansei de conhecer Novos dias tristes, noites claras Versos,cartas,minha cara Ainda volto a lhe escrever Pra lhe dizer que isso é pecado Eu trago o peito tão marcado De lembranças do passado E você sabe a rezão Vou coleccionar outro soneto Outro retrato em branco e preto A maltratar meu coração (Chico Buarque de Holanda )

Ter


Tenho-te!
Mas,meus vãos pensamentos
levam-me ao longe,
ao for ade ti.
É como carregar-te
em meus mais doces sonhos
Com a tristeza de não mais te possuir.
Tenho-te!
Tal qual um brinquedo
que levo sempre na mala
de minha imaginação.
Usando minhas infiéis fantasias
Tenho-te em cada ferida purulento de minha emoção
Tenho-te!
Sem saber como ,nem pra que
Tenho-te!
Em meu intimo pensante
Levando minha vida adiante
trancando-te dentro do ser.

Acordo


Toda manhã da mesma forma levanto,tomo banho,faço o café e desperto. Desperto não sei pra onde.Não sei se para um mundo além de minhas fronteiras ou se para a rotina dos meus dias. Só sei que desperto,friamente como o gelo que derrete no meu copo de suco.Suco?! Por que não um café forte e bem amargo? Não sei,talvez ainda esteja a dormir,e seja isso,mas um tolo sonho.Um sonho tolo de quem ainda acredita no melhor.Uma tolice de quem ainda anda sem rumo,mas que acredita que seu caminho está tão perto dali.Sabe,aquela montanha la no longe?! Bem ali perto daquela floresta densa. è bem ali,que se encontra meu caminho.E preciso todos os dias percorre-lo de maneiras diferentes. Por isso acordo,todos os dias da mesma forma,tentando encontra,ao menos,maneiras diferentes de caminhar ate minha montanha.